Thursday, January 18, 2007

No veludo do meu corpo nu...


E ouvir de novo a tua voz…
E deixar que me voltes a sussurrar…
E entregar-me de novo às tuas mentiras…
Ousadas,
mal e benditas,
verdades interditas,
sentidas e breves…
E deixar-me afogar,
nesse chorrilho de nomes,
belos,
loucos…
Que me deixam sem rumo,
sem saída…
Como gritos que me prendem…
A ti.

(e quando a razão regressa…)

Encho o peito de vaidade e…
Imagino que…
Tudo não passou dum temporal de emoções e…
Fico,
de novo,
senhora e segura de mim…
E faço com que partas…
E me deixes apenas…
O prazer de te lembrar,
navegando,
no veludo do meu corpo nu.

LC

Wednesday, January 17, 2007

Porque sim...



Mandei-te para longe…
Achei que estava muito melhor sem ti…
Apaguei-te.
E respirei…de alívio.

E isso tudo aconteceu…
Porque sim.

Porque já não posso amar…
Apenas a ti.

Porque me cansei…
De não conheceres todos os meus sorrisos.

Porque me lembrei…
(assim de repente)
Que posso amar…muito para além de ti.

A mim.
Exactamente a mim....
até voltares a invadir as paredes do meu quarto e
todas as metades do meu dia e
até fazeres com que te veja...
em todos os rostos…
no meu regresso a casa….

Aí…
talvez aí...
eu regresse a ti..
por me cansar de saber de cor…
Todos os meus sorrisos!

LC

Wednesday, January 10, 2007

Nada acontece por acaso...


Hoje cruzei-me contigo…
mas não te olhei.
Senti-te tão perto como dantes…
o mesmo calor,
a mesma postura,
o mesmo ar apressado,
de quem foge de tudo e de nada.
Senti-te roçar de leve o meu ombro,
os teus dedos tocarem os meus…
um instante cheio de tanto e coisa nenhuma!...

Desci ainda mais o meu olhar…
e parte de mim se foi…
e parte de mim ficou,
sem mais ninguém perceber,
no meio da multidão!...

E…
só muitas horas mais tarde,
entendi,
apreendi e…aprendi!

Nada acontece por acaso!
Porque foi por um acaso…que nada aconteceu…!
LC