Friday, June 29, 2012

Abraço gigante














Abraço gigante
É aquele que me dás
Onde navego sem pressas
Nem horas e dias para trás.

Abraço gigante
É aquele que me aquece
Me conforta e me acalma
E que só a mim pertence.

Abraço gigante
Do tamanho do sentir
É aquele que eu recebo
Apenas por existir.

Porque é nesse abraço gigante
Que me sinto rainha do mundo
Onde tudo o que eu não tinha
Passo a ter
E tudo o que era meu
Passa a ser teu
E tudo o que sinto é tão profundo
Como aquela estrela que brilha no céu.

E nesse abraço gigante
Onde vivo dia a dia
Onde vibro pelo toque
Na minha pele macia
Onde me assola a paixão
As promessas com sentido
Onde o querer é apenas querer
E o desejar mais do que ter …

Eu quero mesmo ficar
Até morrer!

LC

Monday, June 25, 2012

Fantasia















A noite começa sem ti.
Mais uma viagem em vão.
Penso em tudo que construí
e destruí.
E deito-me em solidão.
 
A noite avança sem ti.
Faz frio sem eu querer.
Penso em tudo em que investi
e perdi.
E mal consigo esperar… até o sol nascer.
 
A noite vai avançando…
longa, escura e zombeteira.
Ouvem-se as vozes crescer,
pia a coruja matreira.
E eu vou…estando…estando
e mal consigo esperar… até o sol nascer.
 
Oh…
como demora a passar!
 
Olho o céu, desesperada.
Tu não vens e não virás
mas eu continuo a querer
deixar de ser mal amada...
e de repente te ver.
Nem que para isso…
nem que para isso...
eu tenha de te perder.
 
Fecho os olhos devagar
e penso em mais um dia
que me espera, ao acordar.
Longo, longo como a noite
em que tu não vais estar…
nem agora,
nem depois,
nem na minha fantasia! 
 
Nós iremos ficar os dois!
 
LC

Thursday, June 21, 2012

Abril













Agora que derrubaste o meu velho mundo
que quebraste sebes e fronteiras
que me olhas lá no fundo…bem no fundo
e descobres raivas verdadeiras…

Agora que me abrigas no teu peito
e me sussurras palavras ao ouvido
que me acolhes doce no teu leito
como se eu nunca te tivesse tido…

Agora que me quebraste todo o gelo
que me arrancaste tantas emoções a mil
que fizeste do meu rosto belo e belo
como se fosse o nosso mês de Abril

Abril…de liberdade salutar.
Abril…de Primavera a florir.
Abril…de amar…amar e amar.
Abril…de descobrir…
         tanto descobrir!

Agora que entraste de mansinho
com a força dum ciclone repentino.
Agora que me ensinaste esse caminho
fala-me do destino…
   do nosso destino!

Agora tu és meu e eu sou tua.
E finalmente a vida faz sentido.
Agora faz de mim a tua deusa nua
e continua as palavras ao ouvido!

LC

Tuesday, June 19, 2012

Noite
















À noite tudo acontece.
Vem a calma e vem a paz
e tudo que nos pertence
ganha forma…
e um desejo voraz!

À noite a luz se vai,
ficam as sombras no ar,
ficam palavras à solta,
risos contidos,
vozes caladas…
e tantas dúvidas
que teimam em ficar!

À noite vem o luar,
as recordações gigantes
e as almas algo errantes
assombram o teu sonhar!

À noite eu fico só,
sem ti,
sem mim,
sem a vida que se esvai
por entre os dedos da mão
e tudo se reduz a pó
quando a alma cai no chão.

À noite,
o sol nasce
o sol se põe
à distância dum olhar..
como se o dia morresse
mesmo sem começar!

À noite,
eu sou tua…!
mas que adianta mentir?
Se sou tua sem o ser
se te vais mesmo sem vir?

À noite,
tudo acontece…!

LC

Monday, June 18, 2012

Em tempos















Em tempos escrevi raivas,
dores escondidas em vão,
matei e morri por amores e desamores...
e agora?...onde é que eles estão?

Em tempos vivi horrores,
retratei tragédias sem fim,
caminhei, galguei e escalei...
vales,
montanhas,
cidades e
cansei-me tanto de mim!

Em tempos gritei aos céus,
aos mares e oceanos,
vesti e despi mil véus,
perdi em minutos... mil anos!

Em tempos,
tanta canseira,
tanto ódio sem razão,
tanta paixão verdadeira e
tanta falsa paixão!

Em tempos,
eu fiz vitória,
com pedaços da minha alma,
atei-a, retalhei-a e
perdi totalmente a calma!

Em tempos eu fui assim.
Em tempos eu desisti.
Mas agora...que te vi,
que te senti e te vivi,
acho que voltei a mim!

Em tempos eu não sabia,
que um dia te ia ter!

Nem que eu tenha de morrer!


LC

Sunday, June 17, 2012

Nuvem
















Eu não vou escrever um poema,
nem sequer promulgar uma lei.
Não vou demonstrar um teorema,
mas não posso evitar o que sonhei…

Sonhei que havia uma escada,
com três degraus até ao chão.
Tu disseste:
Vem comigo …  descansada,
passo a passo,
mão na mão.

No primeiro patamar,
mostraste-me o sabor do gostar,
sem pressas nem atropelos.
E ali…
Eu quis ficar.
Com medo de mais subir,
com medo do advir
e não conseguir controlar.

Mas tu voltaste a dizer:
Fecha os olhos e confia,
é no proximo degrau…que existe o maior prazer,
a maior alegria.

Eu confiei e subi,
a querer e a não querer,
agarrei-me tanto a ti…!
Mas consegui vencer
o medo, a incerteza e o dizer que sim e não
e percebi que ali,
era o degrau da paixão.

Voltei a querer ficar,
porque subir mais era aterrador.
Pensei…pensei e pensei…
será que o próximo degrau
é o degrau do amor?

Sorriste e voltaste a dizer:
Vem, sem medo do encontrar,
temos uma nuvem lá em cima,
onde te quero levar.

Vais ficar juntinho a mim
e vais gostar!
Porque é ali que eu e tu…
e tu e eu…
nos vamos amar!

Quando acordei,
Encontrei a nuvem a pairar…

Será que estive mesmo a sonhar?

LC

Thursday, June 14, 2012

Que tens tu?















Que tens tu?
Que me olhas por dentro do meu gostar,
e agitas tudo...sem parar.

Que tens tu?
Que basta um SIM...a sussurrar,
e eu me entrego

até te murmurar:

Não vás,
não te vás enquanto eu não disser.
Não saias de perto de mim,
enquanto não houver um fim!
Não desvies os teus olhos...
continua com o teu afagar!

Que tens tu?
Que me ajudas a subir...mais e mais e mais,
até me encontrar!

Que tens tu?
Que me fazes ter-te,
reter-te,
guardar-te e não te querer largar!

Que tens tu?
Que albergas um mundo de emoções
e me fazes entrar
sem hesitar!

Que tens tu...afinal?

A mim,
tu tens-me a mim.

E eu juro
que um dia … te vou amar!

LC