Friday, January 28, 2005

Até amanhã, camaradas




Políticas à parte, o filme transformado em mini série que hoje e amanhã tem honras de prime-time na SIC, vai surpreender muita gente.
Não deixem de ver.
São seis horas, três por dia, de transcrição para televisão do livro Até amanhã, camaradas, de Manuel Tiago.
Eu já tenho as pipocas a fazer e na minha cadeira ninguém se senta.
Bom filme.

Wednesday, January 26, 2005

Tuesday, January 25, 2005

Regresso ao lar




Ai, há quantos anos que eu parti chorando
Deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta? Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando,
Canta-me cantigas para me lembrar!

Dei a Volta ao mundo, dei a volta à Vida...
Só achei enganos, decepções, pesar...
Oh! A ingénua alma tão desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida,
Canta-me cantigas de me adormentar!...

Trago d'amargura o coração desfeito...
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saira do meu ninho estreito!...
Minha velha ama que me deste o peito,
Canta-me cantigas para me embalar!

Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
Pedrarias d'astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!

Como antigamente, no regaço amado,
(Venho morto, morto!...) deixa-me deitar!
Ai, o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...

Canta-me cantigas, manso, muito manso...
Tristes, muito tristes, como à noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanço
Que a minh'alma tenha paz, descanso,
Quanto a Morte, em breve, me vier buscar!...

Guerra Junqueiro


Monday, January 24, 2005

EGOISTA



Esta foi a capa da Revista Egoista de Dezembro de 2002.
Hoje comprei a edição de Dezembro de 2004, dedicada às crianças.
Na primeira página traz a seguinte mensagem:

"Seja criança outra vez,
puxe pela imaginação e pinte a sua capa. Boa sorte.
P.S. - Não use só uma cor, seja ousado."

Assim sendo...talvez faça uma brincadeira gira nessa capa...e um dia vos mostre.
Até lá...deixo-vos uma frase linda que lá encontrei:

"Eu sou do tamanho do que escrevo."

Fernando Pessoa, futuro escritor e poeta aos 14 anos

Friday, January 21, 2005

Entre céu e terra




"...Os dois apenas, entre céu e terra,
sentimos o espectáculo do mundo...".


Carlos Drummond de Andrade

Thursday, January 20, 2005

Em tuas mãos





"...Em tuas mãos obreiras nascem flores.
Em teu sexo germinam alvoradas.
Manhãs de Outono sem clarões de espadas
riso, perfumes, cores...."


Daniel Filipe


Tuesday, January 18, 2005

Será desta vez que eu vou ter um Moleskine?



"...Foram postos a circular pelo mundo 13 "notebooks" (até agora), devidamente numerados e identificados, que vão passando de mão em mão. Cada pessoa tem uma página para escrever ou desenhar o que quiser e dentro de uma semana deve enviá-lo para a próxima pessoa na lista.
Joy Rothke, uma americana de 52 anos a viver na Costa Rica, está encarregue de manter organizada essa lista, que já inclui pessoas de todas as partes do mundo, incluindo Portugal. No futuro, esperam poder fazer uma exposição itinerante com os "moleskines" usados.
Quem quiser participar na iniciativa só tem que consultar o "site" http://www.moleskinerie.com".


Revista ÚNICA do semanário O Expresso de 15/01/2005

A Psicologia da cor

O mais importante da simbologia da cor é que ela não é ligada à racionalidade do homem. Um exemplo clássico, que é dado pelos defensores da influência cultural na racionalidade da simbologia das cores, é a diferença de interpretação da morte pelos orientais. Nós a simbolizamos com o preto, enquanto os orientais a simbolizam com o branco. Se formos analisar esse exemplo em profundidade, veremos que ele cai por terra, quando vemos a interpretação radicalmente oposta que cada povo dá a morte. O preto e o branco, para ambas as culturas continuam simbolizando as mesmas coisas, a morte é que é vista de modo diferente.

Algumas características qualitativas e materiais das cores:
  • AZUL: Pureza, frieza, inteligência, limpeza, organização, simplicidade, infinito, o céu, a água e o gelo.
  • VERDE: Perseverança, saúde, naturalidade, limpeza, juventude e natureza.
  • AMARELO: Versatilidade, vivacidade e o sol.
  • VERMELHO: Energia, potência, sensualidade, força, vitalidade e riqueza.
  • VIOLETA: Misticismo, justiça, dignidade, requinte, delicadeza, magia e religião.
  • CINZA: Antiguidade, neutralidade, seriedade, sabedoria, passado e velhice.
  • MARROM: Receptividade, sensualidade, o outono, o lar e a família.
  • PRETO: Extinção, sordidez, maldade, opressividade, frigidez, seriedade, sobriedade, o fim, a noite, a sombra, a sujeira, o mal e a fronteira.
  • BRANCO: Pureza, inocência, beleza, luminosidade, simplicidade, limpeza, a paz e a alma.

E agora uma pequenina nota final:

Deixei de questionar a minha tendência benfiquista.....Porque será ?


Monday, January 17, 2005

From a land half of mine

A long time ago, when my life was almost there...I cried a lot with this letter...
Now...I'm sure that this child coulbe be mine...
Thank God.


"My Daddy is dead four weeks now, and that's a month. He died on Wednesday morning at half six. He was beaten up in August because he tried to stop them from burning the houses in our street. He was in the hospital four weeks before he died. My Daddy said to me when he was living, he said, "You'll grow up, you'll be a man like me.' He said because I bring dogs and cats into the house and so did he. He brought home fish and all.

"My Mommy said he died happy, because he died in his sleep. When the smoke started coming from the walls of our house, we ran out and down the entry. My budgie and frogs and my cat and hampster were burned in the house. This is the second time we were burned out.

"When the slates were cracking with the heat, we thought it was guns and we cut over into another entry and went to our Granny's house.

"My aunt gave me a dog. I call it Arco. I have a wishing well and I save up money in it. When I have three shillings, I'll buy a goldfish."

Letter from a Derry child


Saturday, January 15, 2005

O Anatomista





"... É de notar que deste orgão parece depender o amor da enferma, a sua disposição e vontade, e em virtude disto sou levado a supor que quem exercer o domínio desta pequena verga exercerá o domínio da sua disposição e da sua vontade, porquanto a enferma se comporta comigo como uma apaixonada, mostrando-se disposta a satisfazer todos os meus apetites. Esta espécie de entrega não depende de nenhum atributo que não seja o de saber esfregar com arte e acerto e conhecer as carnes sensíveis como a glande e a crista inferior da parte alongada..."

in O Anatomista, de Federico Andahazi

Monday, January 10, 2005

O melhor do mundo são as crianças...


Posted by Hello
"Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças..."


Fernando Pessoa

Thursday, January 06, 2005

O meu pai

O meu pai era um homem puro,
nas palavras, nos sentimentos e em tudo o que fazia.
Mas eu não sabia.
Ao Domingo, levava-me pelo pulso, à missa das 11H.
Achava ele, que assim eu nunca fugiria.
Mas eu não sabia.
De regresso a casa, comprava-me sempre um "estica" na loja da D.Mimi e eu fazia com que ele durasse o caminho todo, para me adoçar a dor da sua mão forte e segura.
O meu pai tinha um cheiro neutro a banho fresco e isso marcava a sua ausência de vícios e definia o seu carácter.
Era firme como uma rocha.
E muito fiel às suas convicções.
A nossa referência de vida.
Muitas noites...
sonhava que ele me pegava no colo e me deixava sentir aquele odor, tão exclusivo, a "barba-sempre-feita".
Mas ele não sabia.
Nem nunca vai poder saber.

Monday, January 03, 2005

Assim



Quando eu era assim,
não te conhecia.
Mas já sabia...
que seria nos teus olhos que aprenderia...
que seria contigo que a lua me contaria...
ao ouvido...
os teus segredos meus,
com sabor a mel, sal e suor...
E o amor é assim.
Não tem ideia.
Mas escolhe a verdade e,
nos rouba o medo de sonhar.
E tudo,
sem receio nos vem...
e nos faz vir como um navio no mar.
Quando eu era assim...
ainda não sabia,
que serias o meu menino,
um dia!