Thursday, December 20, 2007

A noite...



Se te contar que passei a noite a chorar…
Tu vais ficar aflito e inquieto…
E eu não te quero assim.

Se te contar que me sentia infeliz e,
Passei a noite a lamentar,
Tu vais ficar ainda mais aflito e inquieto…
E eu não te quero assim.

Então…
Decidi contar-te
Que passei a noite a pensar e a deambular
Por toda uma vida de…
Verdades e mentiras…
Vontades e desejos…
Dores e prazeres…
E aí…
Sei que vais ficar inquieto mas não aflito,
Porque me adivinhas sábia do meu sentir e
Sabes que é em ti que descanso o meu dormir.


LC

Sunday, December 16, 2007

E de ti...



Se um dia morrer e me perguntarem do que mais gostei,
Eu vou dizer:
Que foi da brisa que beijou o meu rosto…
Da primeira onda que cobriu os meus pés…
Da dentada doce e suculenta naquela pêra madura…
Dos dedos calmos e suaves que alisaram o meu cabelo…
Do meu rosto sorridente no espelho…
Da chuva na terra quente com cheiro forte de vida…
Das nossas gargalhadas a caminho da escola…
De nos fingirmos irmãs…
Do primeiro bater de coração por ti….
De descobrir que se pode morrer de amor…
Das vidas que gerei…
Dos passos que errei e dos que reconstruí…
E de ti…
E de ti…
E de ti…
Mas principalmente de ti!
LC

Thursday, December 13, 2007

Luz



É para ti que escrevo hoje…
Para que te sacies com as palavras tuas, vindas de mim.
E me ouças dizer de novo,
Que és a luzinha que acende o meu dia…
Me adivinha…
Me acompanha e
Acalma a minha alma…

É apenas para ti que escrevo hoje…
Porque pintas de verde-esperança,
os meus medos,
as minhas ansiedades,
as minhas horas menos boas e,
Fazes o mundo ficar bem melhor…

E é por tudo isto que te digo…
“Não há ninguém como tu…”

LC

Tuesday, October 23, 2007

A nossa vontade


Entre nós…
não há tempo destinado,
nem vontades oprimidas,
nem urgências declaradas…

Entre nós…
não há nada escrito a bem carregado,
nem suspiros retardados,
nem tristezas, nem lágrimas, nem olhar amuado…

Entre nós…
não há regras arruinadas,
nem futuro nem passado,
nem promessas adiadas…

Entre nós…
há apenas aquilo que é nosso,
claro e verdadeiro,
sem amarras nem revoltas…

Entre nós…
Só existe a nossa vontade!
LC

Thursday, October 18, 2007

Sempre e para sempre...



És a fusão exacta da magia e encantamento…
E de todas as palavras ditas num momento.

És um sonho cheio de vontade e de desejo…
E de todas as emoções em apenas um só beijo.

És um homem feito, puro e derradeiro…
E é assim que te dás…
perfeitamente inteiro.

És um verbo conjugado apenas no presente…
E é assim que eu te quero sempre e...
para sempre!


LC

Thursday, October 04, 2007

Hoje fazes 18 anos...



Hoje fazes 18 anos…

E eu podia escolher frases lindas, poéticas e perfeitas para te dizer….
Mas quero apenas dizer-te…
Que passei uma parte da noite a olhar para ti, como quando eras a bebé mais linda do mundo.
Que hoje és uma Mulher e…bela como eu sempre te sonhei.
Que apesar das nossas divergências (fruto da ligação indestrutível entre mãe e filha), te amo e acima de tudo te admiro pela forma madura e consciente como orientas a tua vida.
Que és, tantas vezes, uma espécie de espelho onde me vejo e revejo.
Que não te amaria tanto, se fosses diferente.
Que és parte de mim e fruto dum amor eterno…

Hoje fazes 18 anos…

a partir de agora,
as tuas escolhas, as tuas vontades e o desejo de procurar outros rumos…
vão ser a tua realidade.

Conta comigo,
porque vai valer a pena!

Thursday, June 28, 2007

Faz da tua a minha vontade de te ter...




Já não sofro de ilusões perdidas,
Onde te guardava vestido de prazer e luz.

Já não conto os dias para te rever e…
Voltar a respirar e suspirar em ti!

Já não carrego no sono a ânsia dum amanhecer…
Sem tudo e pouco quase nada dum fogo,
Que recusei extinto!

Agora…
E porque te conheci…
E porque me ensinaste todos os trilhos e atalhos…
Dum prazer que julgava inatingível,
Numa fusão eterna de dois corpos…

Não tentes sequer em me negar….
Porque tudo o que havia a escrever,
Já foi escrito…
E é nessas palavras que te digo:

Faz da tua a minha vontade de te ter…


LC

Wednesday, June 27, 2007

Não me venhas...decididamente!


Não me venhas com queixumes…
Não elabores razões que justifiquem o teu fado,
Que para ti é passado…
Presente…
Mas que nunca aconteceu!

Não me venhas com “lugares comuns”,
Palavras mal fabricadas,
Consciências com bafio,
E lâmpadas fundidas…

Porque,

É o medo a cegar-te a lucidez,
A paralisar-te os movimentos…
A engolir-te,
Absorver-te e…
A reduzir-te a essa sombra de ti.

Porque,

Eu já vi todas as “vergonhas” com que enches os teus dias…
Que para mim são o teu e o meu manto de luz,
Do rumo que nos espera, pacientemente….

Não me venhas…
Decididamente!

LC

Monday, June 25, 2007

Não há sombra sem luz


Para quem se sente à deriva,
no mar alto…
Para quem chega à sua terra e não reconhece
a casa onde nasceu…
Para quem conta uma história e se esquece
do final…
Para quem lê um livro,
apenas nas entrelinhas…
Para quem chora um ente querido que nunca conheceu…
Para quem já não ouve o som das palavras que profere,

Eu passo a gritar:
Não há sombra que não tenha luz…

LC

Thursday, June 21, 2007

Estupidamente eu...


Estupidamente serena…
É assim que te olho, te vejo, te incrimino e recrimino.
Porque adias os meus desejos e me cobras erradamente,
O meu passado.

Estupidamente confiante…
É assim que tu és.
Porque avanças à descarada, te fundes e confundes…
Uma, duas e três vezes…

Estupidamente inteligente…
É assim que eu sou.
Porque recupero tudo o que levas de mim…
Sempre que eu quero.
LC

Sunday, June 17, 2007

Não sou de ninguém...



Não voltes a curvar-te diante de mim,
Como se eu fosse a melhor pessoa do mundo,
E com isso te entregasses nas minhas mãos de anjo…
Que eu não sou!


Não voltes a fazer eco no meu peito,
Com esse grito de desculpa que amarrota o meu querer,
Por ti…


Eu não sou quem tu vês,
Nem te trago guardado para sempre.
Nem te retribuo na amplitude da tua entrega...
Nem ouço os teus gemidos de dor e de prazer,
Por mim…


Eu não sou de ninguém…
Nem de mim,
Nem de ti!

LC

Tuesday, May 29, 2007

Tudo é possível...



Tudo é possível…

Desde enlouquecer de paixão no meio dos teus braços…
A deixar-te escapar suavemente por entre os dedos.

Desde uma zanga feroz que te leve ao mais puro desespero…
Até ao máximo da ternura com que te percorro a pele.

Desde gritar-te “RUA” para poder respirar…
A correr desenfreadamente pelas ruas da cidade à tua procura.

Desde matar-te da memória e jurar que é para sempre…
A ver-te em cada esquina e teimar que és tu e sempre tu.

Tudo é possível…

Desde matar-te.
A pura e simplesmente te amar.



LC

Monday, May 21, 2007

Pega no telefone, porra!



Sei que já te vi algures…
Quando eras apenas forma e sombra
E percorrias todos os meus caminhos e abrigos…

Sei que já te senti em tempos…
Quando à mais leve brisa
O teu perfume me inundava e convencia
Da tua presença…única.

E é por saber-te e sentir-te de outros ventos…
Que te imploro,

Não me procures sem rumo,
Não me inventes sem razão,
Não me mates pouco a pouco…

Pega no telefone, porra!

Thursday, May 10, 2007

Foda-se...que raio de sonho


Ainda tentei beijar os teus olhos…
Achava que assim me verias de outra forma,
Que regressavas ao toque dos meus dedos,
E voltavas a chamar-me de princesa…

Ainda tentei reaver as tuas cores,
O sabor agridoce do teu sémen….
Achava que assim regressaria o teu tempo, a tua calma
E eu fosse de novo dona de ti…

Ainda tentei que lutasses de novo dentro de mim,
E provasses de novo o meu suco de cânhamo e canela…
Achava que assim voltavas a morrer nos meus braços e
A suplicar-me mais, mais e mais…

Mas não saíste do lugar…
E fizeste do teu silêncio uma verdade fria…



E quando finalmente me deste a mão e balbuciaste:
“Não vás…”
E tentaste lamber as minhas feridas mais recentes…

Eu acordei e disse:
“Foda-se…que raio de sonho”

LC

Monday, May 07, 2007

Alma algo errante



Houve tempos em que o meu corpo era apenas teu.
E que a minha alma era algo errante…
E lutava contra ventos e marés à tua espera.
Houve um tempo em que me vestia de culpa…
E me sentia imperfeita,
Na perfeição de tudo de ti,
Nesse tempo, manipulavas-me a vontade,
Acertavas os meus ponteiros,
E fazias com que oscilasse no teu gosto e no teu desejo…
E eu,
Chorava feliz duma mágoa escolhida por ti.
Mas esse tempo morreu.
E quando pensavas…
que os meus gritos ainda eram os teus,
que os meus gemidos ainda eram de prazer,
o teu querer o meu querer…
e o meu caminho sem saída…
eu gritei bem forte,
sim.
Mas não de tesão por ti,
Não de orgasmos sucessivos…
Gritei de liberdade,
Sem fantoches, fantasmas ou tabus …
E passei a liderar a minha vida,
A comandar os meus sentidos,
E percebi que não eras humano,
Apenas uma personagem à procura duma alma algo errante…
Que te alimentasse a tua sede de poder,
E foi aí…
que te devolvi os pensamentos,
as esperas,
a fé,
a entrega,
e todos os meus sonhos de mentira…
te disse Adeus…
e segui o meu caminho!


LC

Tuesday, April 10, 2007

Mais só do que nunca...



Eu não sou tão forte como pensas…
Nem sempre faço da razão a minha arma…
Nem sempre te busco para te ouvir de novo:
“Sem ti, a minha vida não faz sentido…”
Às vezes,
Quando os meus fantasmas me perseguem…
(eu também tenho fantasmas)
E te procuro…
Frágil,
Desprotegida,
À espera que me entendas a fraqueza…
Tu repetes:
“Sem ti, a minha vida não faz sentido…”
E eu não tenho coragem de te negar esse aconchego…
Que tu pensas que me alimenta!
E…
Regresso a mim…
Muito mais só do que nunca!


LC

Wednesday, April 04, 2007

Destino



Se me disseres que a culpa é do destino…
Escrito e reescrito…
E que vou continuar a procurar-te…
Passo a passo,
Entre a tua e a minha rua…

Se me disseres que te vou ganhar e perder…
Sempre que esse destino malfadado,
Cruzar o nosso caminho…

Se me fizeres percorrer de novo o passado e
Todos os lugares onde me amaste…
Onde te amei…
e onde morri, pouco a pouco..
sempre que me afagavas o rosto e me dizias:
“É o nosso destino…”

Eu vou voltar a esse nosso tempo…
E encontrar-te num rosto…
bem longe de ti!

LC

Friday, March 16, 2007

Gemido de ti


Se eu pudesse abraçar-te e colar-te a mim…
E fazer do teu peito o meu porto de abrigo…
Embalar-te nos braços,
Beber tua seiva…
E guardar cada gemido de ti…

Se eu pudesse…
Ai, se eu te pudesse arrancar de novo…
As palavras loucas,
Do acordar,
Do deitar,
E sempre que te entranhavas neste meu corpo,
Teu,
Meu e…
Sedento da tua língua infinda…
Que se demorava em cada curva de mim…
E me sorvia,
Me bebia,
E me roubava cada gemido de mim…

Ai …
Se eu pudesse…
LC

Thursday, January 18, 2007

No veludo do meu corpo nu...


E ouvir de novo a tua voz…
E deixar que me voltes a sussurrar…
E entregar-me de novo às tuas mentiras…
Ousadas,
mal e benditas,
verdades interditas,
sentidas e breves…
E deixar-me afogar,
nesse chorrilho de nomes,
belos,
loucos…
Que me deixam sem rumo,
sem saída…
Como gritos que me prendem…
A ti.

(e quando a razão regressa…)

Encho o peito de vaidade e…
Imagino que…
Tudo não passou dum temporal de emoções e…
Fico,
de novo,
senhora e segura de mim…
E faço com que partas…
E me deixes apenas…
O prazer de te lembrar,
navegando,
no veludo do meu corpo nu.

LC

Wednesday, January 17, 2007

Porque sim...



Mandei-te para longe…
Achei que estava muito melhor sem ti…
Apaguei-te.
E respirei…de alívio.

E isso tudo aconteceu…
Porque sim.

Porque já não posso amar…
Apenas a ti.

Porque me cansei…
De não conheceres todos os meus sorrisos.

Porque me lembrei…
(assim de repente)
Que posso amar…muito para além de ti.

A mim.
Exactamente a mim....
até voltares a invadir as paredes do meu quarto e
todas as metades do meu dia e
até fazeres com que te veja...
em todos os rostos…
no meu regresso a casa….

Aí…
talvez aí...
eu regresse a ti..
por me cansar de saber de cor…
Todos os meus sorrisos!

LC

Wednesday, January 10, 2007

Nada acontece por acaso...


Hoje cruzei-me contigo…
mas não te olhei.
Senti-te tão perto como dantes…
o mesmo calor,
a mesma postura,
o mesmo ar apressado,
de quem foge de tudo e de nada.
Senti-te roçar de leve o meu ombro,
os teus dedos tocarem os meus…
um instante cheio de tanto e coisa nenhuma!...

Desci ainda mais o meu olhar…
e parte de mim se foi…
e parte de mim ficou,
sem mais ninguém perceber,
no meio da multidão!...

E…
só muitas horas mais tarde,
entendi,
apreendi e…aprendi!

Nada acontece por acaso!
Porque foi por um acaso…que nada aconteceu…!
LC