Tuesday, November 30, 2004

Dor

...e é aí, que os meus dedos me traem na escrita e,insubordinados,
escrevem por mim raivas escondidas...
e abrem-me o peito sem permissão...
e fazem daquele papel,
o espelho da minha alma ferida...
onde eu me recuso a mirar!...

Wednesday, November 24, 2004

In ..."Louco por saias"

" - Issfazdetiuhomseksualdsfrçadu - disse eu.
- O quê?
Parei de chupar-lhe o seio."

John Ramster

Tuesday, November 23, 2004

From a land far away...

"Ontem à noite,
Da minha janela,
Vi a Lua quase cheia
Linda, grande e bela.

Perdi-me no sonho
A olhar para ela
E coisa curiosa
E misteriosa,
Doce mas tristonha,
Estavas dentro dela.

Viraste-me o rosto
Num gesto de calma.
E p’ra meu desgosto
Com o teu rosto,
Foi toda a tua alma.

Mas se me afastei
Não foi por maldade,
Foi por que não queria
Um dia mais tarde
Chorar de saudade.

E a Lua tão triste
E um pouco zangada,
P’ra que eu não te visse
Fez-se em eclipse
E não ficou nada…"

JQ

PNEUMOULTRAMICROSCÓPICOSSILICOVULCANOCONIÓTICO

PNEUMOULTRAMICROSCÓPICOSSILICOVULCANOCONIÓTICO...entrou-me esta merda para goela abaixo...e estou há horas para a digerir...

Friday, November 19, 2004

Band-aid para a alma

Há tempos...
enquanto jogava o jogo da vida,
dei uma queda fenomenal e...
cortei a alma.
Dirigi-me ao posto médico mais próximo e reclamei o devido curativo...
...que não, que não se via sangue nenhum...que eu devia era estar bêbada...
...que não havia ferimento...
E nem com o meu pranto a gritar de dor...
aquela gente se convenceu.
Pedi o livro amarelo.
Não veio.
Trouxeram uma mordaça e mandaram-me calar.
Eu não me calei e roubei-lhes um band-aid.
Em casa colei-o no peito.
E chorei.
Mas já não era pela dor.
Era pela merda de serviços médicos que temos no nosso país.

(agora sim...estou bêbada)

Tuesday, November 16, 2004

Soneto de Separação

(...)
"De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente".

António Carlos Jobim / Vinicius de Moraes

Monday, November 15, 2004

So What?

Há momentos em que achamos que só os outros nos podem fazer felizes.
Aí sentimo-nos dependentes...idiotas e patéticos.
Afinal...
o ser humano não é um ser tão perfeito assim.

Friday, November 12, 2004

Time to leave...

Curiosamente...sentiu que aquele colchão já não conhecia as curvas do seu corpo...

Enfiou-se no duche e demorou-se com a água bem quente, no peito, nas costas, no rosto…e pensou nas vantagens de se chorar no banho, as lágrimas lavavam a alma e a água lavava as lágrimas…sentou-se num cantinho da banheira e chorou, pela primeira vez na sua vida, por muitas coisas ao mesmo tempo.

Wednesday, November 10, 2004

Essência de Mulher

Ela deixou que ele se perdesse no veludo da sua pele, lhe sugasse o peito com avidez e aquele instinto animal, que só ele usava, para a fazer desabrochar e florir, numa sequência de gemidos...
Era uma dança de amor...
E ele, como se de um símbolo de ligação eterna se tratasse, entrou nela e num mundo, onde apenas havia uma vontade louca de a possuir por completo...por pura alegria de a amar.
Assim ficaram, encaixados de prazer, até que os primeiros raios de sol trouxeram Luísa à realidade...
Sorriu, com um certo pudor, pela humidade que sentia no seu sexo e pelo palpitar de desejo que lhe percorria o corpo, sem permissão. E numa tentativa de libertação, numa ânsia de chegar ao fim...demorou-se em si e fez com que a natureza lhe restituísse o equilíbrio e a fizesse regressar, calma e tranquila à sua essência de mulher.

Tuesday, November 09, 2004

Batalho dentro de mim...

Batalho dentro de mim...
comigo, contigo e com o resto do mundo.
É uma luta feita de força, risco e perigo.
É uma luta feita de vontade, esperança e sobretudo de amor.
Apetece-me rasgar a alma e contemplá-la à luz do teu olhar...
que é sempre tão sereno e me adia a raiva e o desespero ...
para um futuro sem regresso.
Hoje estou cansada.
Forrada de amargura.
Comprei um livro.
Comprei um disco.
E fiquei à espera, como antigamente, que a tristeza se fosse.
Nessa altura vivia com os sonhos dos outros.
Hoje quero o mundo.
E não renuncio.
Hoje quero que a vida me devolva a ti.
E não renuncio.
Hoje só quero abrir-me...ver-te...tocar-te...amar-te...sorver-te e...
ouvir-te chamar-me:
“Minha deusa”.
E não renuncio.
E é por isso que um dia...
te vou pedir que me embales em ti e...
me contes uma história de príncipes e princesas.
Talvez aí...
te deites comigo para sempre.

Monday, November 08, 2004

O menino poeta

Ainda bem pequenino,
o menino perguntou:

‘’Mãe, quando eu for grande,
posso ser escritor?’’

A senhora sorriu e,
olhando o filho no fundo dos olhos,
disse-lhe:

‘’Meu filho, quando conheceres o
dom das palavras, podes ser tudo o que
quiseres na vida!’’

E o menino cresceu!
Fez-se um homem!
E a escrita passou a fazer parte
do seu dia-a-dia!
Num dia ele era poeta,
no outro um cavaleiro,
e...
passou a ser
marinheiro,
médico,
artista,
e...
até em guerreiro se transformou!
A escrita era a magia...
o seu passaporte para a fantasia!
Ele era escritor!
E...
podia ser
tudo aquilo que o seu coração pedia!