Thursday, August 04, 2011

Agora é tarde...!














Agora é tarde.
Perdi o dom de te saber esperar.
Já não alteras o ritmo do meu dia,
nem mexes mais no meu despertar.

Já acordo sem ti.
Sem o teu cheiro e o teu aconchego.
Já não te sinto a falta,
já venci “aquele” medo…
De te perder num piscar de olhos,
De sentir que desaparecias numa névoa do mar,
De deixar de ouvir o teu respirar,
De te imaginar inerte, sozinho, a pairar,
Numa nuvem escura,
para onde vão as almas impuras…
a penar!

Já sinto o meu peito mais leve,
Sem ti, sem nós, sem mim contigo,
Porque não eras mais que um floco de neve
Que derrete … ao mínimo sinal de perigo!

Que bom!
Já não existes!
Libertei-me dum fardo tão pesado,
que na hora de ouvir o teu nome,
vou imaginar-te…
(não um anjo alado)
mas alguém que nunca foi alguém.
Apenas ninguém!
Com muitos nomes diferentes,
Com muitos rostos ausentes,
A quem um dia,
infelizmente…
Eu quis bem!

LC

Monday, August 01, 2011

Apenas por te amar...














Se de ti partiu tanto amor,
porque o sentias!
Se de ti saíram tantos gestos de ternura,
porque o pedias!
Se de ti saía esse olhar quente e lascivo no meu peito,
porque o desejavas!
Se de ti, meu amor, saíam palavras e promessas,
porque acreditavas!
Se em ti tudo era firme numa devoção sem limites,
porque não o evitavas!
Se tentavas reprimir a ânsia de me veres, de me sentires e reteres,
porque o temias!
Se era em mim que te alimentavas numa síntese de ternura,
porque o necessitavas!
Se era em ti que eu via a perfeição pintada nos dedos da tua mão!
Se me pendurava no teu pescoço, sempre que te rias!
Se me albergava no teu colo, sempre que nascia e renascia!
Se te elogiava o brilho encantador que cintilava nos teus olhos!
Se te procurava em cada pessoa que passava na rua!
Se mergulhava forte nos lençóis em busca do teu cheiro!
Se esperava ardentemente uma chamada tua…

……

Se, de repente, a minha vida passou a seres tu e tu a minha vida!
Se tudo isto aconteceu, sem eu contar…
Foi, na realidade,
apenas por te amar!

LC

Abraço












Afinal tudo pode ter o seu encanto.
Mesmo nos sítios mais obscuros e improváveis,
pode haver uma luz em qualquer recanto,
que torna alguns momentos bem louváveis.

Ontem…num desses sítios às escuras,
Mesmo debaixo duma névoa inconstante,
provaste-me que aquilo que procuras,
te ajuda a ver o mal…muito distante!

E quando essa névoa se dissipou,
e por momentos houve uma nesga de céu que se abriu,
algo em mim se fez dia e disparou.
E quase tudo em que eu acreditava,
pura e simplesmente se escapuliu!

Olhei para ti, como se se tratasse da primeira vez.
Fazia tanto tempo…mas era como se tivesse sido ontem.
Vi-te de novo, com os meus olhos de menina latente
e abracei-te bem forte.
Mas não quero que te contem,
que te sonhei dias a fio,
porque sempre estiveste bem presente.

No fundo…renasci.
De algo que já julgava esquecido.
Dei o dia como ganho e rendi-me.
Afinal…
eu nunca te tinha perdido!

LC


Ramo de Margaridas













Eram tantas as margaridas que trazias naquele ramo!
Era tanta a ansiedade para eu as abraçar!
Era tanta a expectativa que eu as adorasse!
Que eu fiquei atónita…a delirar!

Para mim?
Aquele ramo era mesmo para mim?
E eu ali com tanta gente a rodear-me,
Sem se aperceberem da vaidade que sentia,
Do orgulho que me enchia o peito,
Sem qualquer jeito!

Deixaste-me o colo cheio de pétalas de cores,
E saíste!
Tão rápido como entraste.
E o orgulho que me tinha enchido o peito,
e a vaidade que me ruborizava as faces,
fez-me encher de novo o peito,
desta vez de qualquer jeito!

O resto da noite de ribalta,
Onde eu brilhava, naturalmente…
Ganhou uma cor diferente!
(sem tu imaginares)
Porque mesmo sem as flores no colo,
Eu tinha a alma repleta de margaridas,
E sorria, sorria e sorria…
Não pela noite de alegria,
Mas pelo que eu sentia!
Uma surpresa contida,
uma emoção escondida…

Obrigatoriamente!

Nota:
As margaridas não chegaram a murchar…
porque o branco e o amarelo fez o ramo muito BELO!


LC

Saturday, July 16, 2011

Não é a ti que amo...nem nunca te vou amar.














Esperei tranquilamente pela tua última palavra.

Não!

Não é a ti que amo nem nunca te vou amar.

Cruel, duro e insensível.

Mas verdadeiro.

E eu mal podia esperar que aquele encontro se esfumasse

E fosse outra pessoa no meu lugar!

Os óculos esconderam o meu olhar.

Como poderia arriscar?

Veres-me desnudada e a sangrar

Enquanto me revelavas todos os detalhes do nosso acabar?

Mantive-me em silêncio e atenta.

Mas a mente mirrou e foi ficando cada vez mais lenta.

As tuas palavras arrastadas pelo vento…

E eu a acreditar

Que era outra pessoa no meu lugar.

Queria negar.

Mas como? Se já não percebia o teu falar?

Eu não te amo nem nunca te vou amar

E não finjas.

Não te defendas.

Não te escondas.

Porque és tu que estás aqui à minha frente.

Não é outra pessoa nesse lugar.


A minha mente voltou.

E foi no meu cabelo que o vento soprou

E me devolveu todas as palavras que eu não tinha ouvido.

Olhei para ti.

Não te reconheci.

Finalmente, percebi.

Era mesmo eu que estava ali.

Mas do outro lado da mesa,

havia outra pessoa no teu lugar.

De ollhar vazio…como que absorvido.

Sem expressão … nem brilho no olhar.

A conversa entre alguém que nunca esteve,

Tinha terminado de repente

O que foi dito,

O vento levou, trouxe e guardou.

O que não foi dito,

Foi esquecido lentamente.

e naquele abraço de perdão e medo

ficou para sempre o nosso segredo!


LC


Thursday, July 14, 2011

Amante...













Já não me atrais.

Já não quero a tua forma de ser,
O teu jeito de menino independente
Era apenas uma forma de te ver.

Já não me seduzes.
Já nada em ti é belo e confiante
O teu olhar perdeu o brilho que lhe dei
E eu já não te quero como amante.

Já não te distingo na multidão.
És mais um que passa e não se nota
És mais um que se mistura entre os demais
E eu não te quero mais.

Já consigo adormecer sem te rever.
Já consigo acordar sem te lembrar.
Os meus dias já não passam devagar,
Pelo encontro que não vai acontecer.

Já nada em ti me enche a minha alma.
O teu rosto é apenas mais um rosto,
O teu cheiro uma vulgar fragrância
E já não reconheço sequer a tua calma.

Já não sei sequer como te chamas.
Já esqueci teu nome, sobrenome e pseudónimo.
Já não me voltas a chamar de Laura.
Para ti sou apenas um anónimo.

Já não te reconheço se te encontrar.
Não te dirijas a mim sem eu saber
Porque quando te olhar e reolhar,
Eu sei que já não te vou reconhecer!

Mas se voltares a deixar entrar o mar,
Naquela janela tão distante
E esperares comigo que o sol repouse
E ficarmos juntos
até que ele se levante...
Talvez aí,
talvez aí, eu volte a ser a tua amante!

LC

Não aceitar.




















Podes até fingir que não me vês,
podes esconder o olhar debaixo dum chapéu,
podes desviar-te entre milhares e
pensares que o céu escureceu!

Podes pintar o rosto de azul,
e colocares névoas nos teus olhos,
podes até pensar que és uma nuvem,
e que danças com um vestido aos folhos!

Podes fugir e correr esbaforido,
Fintar a tua corrida em cada esquina,
Olhar para tras para não me veres,
e pensares que venceste a tua sina.

Podes rir de contente pela vitória,
podes festejar de braços no ar,
podes respirar de alívio
e pensar: "consegui...eu consegui me libertar"!

Podes passar a vestir-te de negro,
e inventares que é de luto que te vestes,
passares a chorar a toda a hora,
para haver razão que te lamentes.

Podes até morrer sem eu querer,
para, por fim, o fado acontecer,
Podes sim, parar de respirar,
mas… eu nunca vou aceitar!

Aceitar que te foste, é morrer!
Aceitar que te escapas, é desistir
Aceitar que te vais e não regressas,
é partir, para sempre e nunca mais te ter!

Podes ir!
Que eu vou deixar que a vida te acolha
em qualquer lugar,
onde eu vou estar...!

Para impedir que te destruas,
Que o sol deixe de raiar,
Para o segurar dentro de ti
E iluminar de novo o teu olhar!

LC

Wednesday, July 13, 2011

Erradamente!...


















Se um dia eu tiver de desaparecer,
que seja num dia de Verão,
numa manhã cheia de luz,
e uma mão na minha mão!



Se um dia eu tiver de desaparecer,
não vais ser tu a derrubar-me,
a ter-me e a não ter-me,
nem a querer-me sem me querer!



Se um dia eu tiver de desaparecer,
não vai ser porque tu queres,
não vai ser porque tu pedes,
nem que eu tenha de morrer!

Se um dia eu tiver de desaparecer,
que seja no meio dum sonho,
em que tudo de belo me acontece,
se merecer ou não merecer!

Se um dia eu tiver de desaparecer,
que seja por aquele amor,
que nunca tive e nunca dei,
que tive sem o saber
e que dei sem o querer!

Se um dia eu tiver de desaparecer,
não chores na minha campa,
não lamentes a minha vida,
não me recrimines,
nem me acuses do que fiz,
e do que não fiz,
porque nesse dia,
eu vou voltar a ser como era dantes,
sem qualquer dor ou sofrimento,
a ser mais um ponto no céu,
a quem hoje chamas estrela cadente!

Erradamente!

LC

Friday, July 08, 2011

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….














O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Apesar de nascermos sós e termos como sentença uma morte solitária…
O “melhor amigo” renasce sempre que nos sentimos renascer e morre sempre que nos sentimos a morrer.

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”…
Seja ele cão, gato ou gente?
Para onde vão as nossas confidências quando ele parte?
Para onde vão os “pedaços” da nossa alma…que ele nos foi conquistando?
A quem telefonar….no meio dum ataque de solidão?
A quem pedir auxílio…mesmo que o motivo da urgência não faça sentido?

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Como se tapa o “buraco” que se abre no peito quando ele se vai?
O “buraco” que não pára de crescer e nos vai consumindo paulatinamente?

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Como se cala o grito abafado que nos persegue dia e noite?
Como se conta a toda a gente que a dor nos dilacera o peito?
Quem nos vai entender?

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Como se vive sem uma “parte” de nós….
Que nos faz acordar a sorrir…
E nos faz adormecer cansada de felicidade?

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Como se “parte” com ele…mesmo sem saber para onde ele partiu?
Como se vai ao seu reencontro?
Como se lhe diz …
FICA!!!!
Eu juro que fico quietinha num canto só para não te ver partir!

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Perde-se tudo e ganha-se nada.
Tudo é vazio e pó de estrada.
Onde rastejas perdido sem saber para onde ir…
Numa encruzilhada!

O que acontece quando se perde “o melhor amigo”….
Seja ele cão, gato ou gente?
Fica-se minúsculo…cada vez mais minúsculo!
Até que não se é nada !

08/07/2011

LC

Thursday, June 30, 2011

Para que tudo possa acontecer!














Em cada ponto onde me encontro,

vejo o teu olhar que me procura

e me obriga a mergulhar dentro do teu ser,

para que tudo possa acontecer!

Em cada ponto onde me encontro,

ouço a tua voz que me sussurra

e me repete vezes sem fim,

"caminha para mim...apenas só para mim"!

Em cada ponto onde me encontro,

vejo o mar da tua janela,

um barco no horizonte e

o sol do entardecer que é nosso...

e pronto!

Em cada ponto onde me encontro,

sinto o cheiro do teu café bem quente,

a fruta que deliciosamente me fazes saborear,

e por isso...apenas só por isso

te possa vir a amar!

Em cada ponto onde me encontro,

estás tu e o teu jeito de ser,

que me enleva, me encanta, me liberta,

para que tudo possa acontecer!


LC

Thursday, June 16, 2011

Meu amor...













Ali…onde tudo parece mais longe e frio.
Onde as emoções parecem ter chegado ao fim,
Onde a esperança do bater mais forte do coração,
Te chama sempre e sempre à razão.

Ali…onde vês brumas em vez de sol,
Onde os dias que vêm já pouco te importam,
Onde estar ou não estar…
É apenas um lugar!

Ali…onde sofres pelo amor que já sentiste,
Onde os dias são apenas dias
E as noites igualmente noites,
E tudo o que querias…
já nem sabes se querias!

Ali…onde os rostos que se cruzam são iguais…
Há andares apressados que se atropelam…
Há olhos sem brilho,
De quem te vê…
De quem nem sequer te nota…
Mas nem sequer se importa!

Ali…onde tudo acontece sem sentido…
Onde não há risos nem sorrisos…
Onde não se comem cerejas com melão…
Ali…
Eu digo que não!

Porque tu estás do lado oposto…
E é aí que eu vou ficar,
Porque há luz à tua volta,
Há o sol e o luar,
Que repousa nos teus olhos a brilhar
Sempre que um abraço nos envolve,
E eu te adivinho o pensar
Apesar do esconde-esconde do teu sentir.

Aí…onde tudo acontece porque SIM!....
O que importa tudo o resto?
Senão o que te dou a ti…
E tu a mim?

É aí….
É exactamente aí…
onde a paz existe em meu redor,
Que eu vou querer estar...
Meu amor!

LC

Tuesday, June 14, 2011

Véu de mar e ... amar!


Quando eu sinto uma raiva desmedida…
Um jeito irascível de ser...
E uma pouca vontade de vida…e de viver!

Quando eu sinto o mundo nos meus ombros…
A multidão por onde passo me engolir
E o meu dia e a minha noite aos tombos tombos e tombos…

Quando olho ao longe para o mar…
E não vejo a linha do horizonte
Apenas uma ponte…entre o mar e o céu…apenas uma ponte!

Quando me sinto igual entre os diferentes
E diferente de todos os demais
E só me apetece gritar…NÃO POSSO MAIS!

E quando já estou cansada
De tanto lutar contra o vento,
O tempo
E o contratempo!

Aí apareces tu…
E a tua calma que me acalma…
A tua arte mágica que me obriga a parar…
A olhar-te bem no fundo dos teus olhos...
Nem que seja por uns instantes…
E ler que é tudo mentira…
Que o mundo não está prestes a acabar…
Que a ponte que eu vejo no horizonte…
É apenas mar e céu…
E céu e mar!

E tu a levantar o meu véu de mar e ...amar!

LC

Friday, June 10, 2011

A ilusão de te ir ter...



O dia nem sempre começa com a mesma luz.
O acordar tem por vezes teimosias infantis.
As manhãs?
Ah…essas são fruto dessa luz e do azul do céu…
que-nem-sempre-é-azul.
Não gosto de adormecer sem “preparar” o meu acordar.
Penduro no “cabide”…
Um raio de sol,
Um par de olhos a brilhar,
Uns pés ligeiros no levantar,
Umas mãos prontas para os afagar,
Uma vontade da diferença acontecer,
Uma ilusão de te ir ter…
E com o “cabide” bem arrumado,
Enrosco o meu peito no teu…
Porque te consigo imaginar!
Embalo-me no teu colo…
Porque sei que vais lá estar!
Entrelaço os meus dedos nos teus…
E deixo que o azul do céu,
que-nem-sempre-é-azul…
Me faça adormecer.
Mas afinal …
De manhã, ao acordar,
O meu cabide tem apenas um par de calças para eu usar,
Uma blusa pronta a enfiar,
E o vazio do dia que vai começar!

LC

Monday, May 16, 2011

Amigo...és tu!



Se me levantar daqui e correr para te abraçar com força e dizer-te que és alguém que me faz muita falta!
O que irás pensar de mim?
Se me levantar daqui e deixar de ter medo de te dizer tantas vezes que contigo tudo muda e parece mais dia, com mais luz e mais vida…
O que irás pensar de mim?
Se me levantar daqui e enfrentar que existes na minha vida para eu “incomodar”, sempre que o meu peito mirrar de solidão…
O que irás pensar de mim?
Mas antes de me levantar daqui.
Quero apenas dizer-te que nada preciso de te dizer.
Que foi no teu rosto de menino/adolescente que aprendi que a liberdade afinal pode ser vivida até ao infinito.
Que gostar de alguém não tem que ter limites.
Que dizer o quanto se gosta dum amigo, não precisa de se esperar pelo último suspiro.
Amigo…és tu!
Qualquer que seja o caminho que eu siga e decida…
Eu sei que me vais ficar a ver ao longe…até eu desaparecer.
Porque sabes que àquela hora e naquele lugar…
Eu voltarei!
Para poder descansar no teu colo aquele silêncio que só tu aprendeste a guardar!

16/05/2011

LC