
Quando à noite fecho os olhos
acentuo a escuridão
desisto da luz dos outros
desço ao nível mais profundo
e afundo
onde não há Bem
nem Mal
mergulho em águas negras, perturbadas
e saio pura e fresca
cor cristal.
Maria Teresa Meireles
Um espaço para todos, porque sim.
3 comments:
Atapetemos a vida
Contra nós e contra o mundo.
- Desçamos panos de fundo
A cada hora vivida.
Desfiles, danças — embora
Mal sejam uma ilusão...
— Cenários de mutação
Pela minha vida fora!
Quero ser Eu plenamente:
Eu, o possesso do Pasmo.
— Todo o meu entusiasmo,
Ah! que seja o meu Oriente!
O grande doido, o varrido,
O perdulário do Instante —
O amante sem amante,
Ora amado ora traído ...
Lançar as barcas ao Mar —
De névoa, em rumo de incerto ...
— Pra mim o longe é mais perto
Do que o presente lugar.
... E as minhas unhas polidas —
Idéia de olhos pintados
Meus sentidos maquilados
A tintas desconhecidas
Mistério duma incerteza
Que nunca se há-de fixar...
Sonhador em frente ao mar
Duma olvidada riqueza ...
— Num programa de teatro
Suceda-se a minha vida:
Escada de Oiro descida
Aos pinotes, quatro a quatro! ...
Mário de Sá-Carneiro
Obrigada Laura
Dei um tiro no escuro
Para não ferir o dia;
Cu coice... fui contra um muro!
10 maiei! A noite se ia...
Mário da Sé (que é Armeiro)
Excelente, este poema sobre o Bem e o Mal; sobre o sonho e o real.
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