Sunday, September 18, 2005

À minha amiga Ana




















Quando à noite fecho os olhos
acentuo a escuridão
desisto da luz dos outros
desço ao nível mais profundo
e afundo
onde não há Bem
nem Mal
mergulho em águas negras, perturbadas
e saio pura e fresca
cor cristal.

Maria Teresa Meireles

3 comments:

Anonymous said...

Atapetemos a vida
Contra nós e contra o mundo.
- Desçamos panos de fundo
A cada hora vivida.

Desfiles, danças — embora
Mal sejam uma ilusão...
— Cenários de mutação
Pela minha vida fora!

Quero ser Eu plenamente:
Eu, o possesso do Pasmo.
— Todo o meu entusiasmo,
Ah! que seja o meu Oriente!

O grande doido, o varrido,
O perdulário do Instante —
O amante sem amante,
Ora amado ora traído ...

Lançar as barcas ao Mar —
De névoa, em rumo de incerto ...
— Pra mim o longe é mais perto
Do que o presente lugar.

... E as minhas unhas polidas —
Idéia de olhos pintados
Meus sentidos maquilados
A tintas desconhecidas

Mistério duma incerteza
Que nunca se há-de fixar...
Sonhador em frente ao mar
Duma olvidada riqueza ...

— Num programa de teatro
Suceda-se a minha vida:
Escada de Oiro descida
Aos pinotes, quatro a quatro! ...

Mário de Sá-Carneiro

Obrigada Laura

Conde-Lírios said...

Dei um tiro no escuro
Para não ferir o dia;
Cu coice... fui contra um muro!
10 maiei! A noite se ia...

Mário da Sé (que é Armeiro)

Anonymous said...

Excelente, este poema sobre o Bem e o Mal; sobre o sonho e o real.