Monday, May 07, 2007

Alma algo errante



Houve tempos em que o meu corpo era apenas teu.
E que a minha alma era algo errante…
E lutava contra ventos e marés à tua espera.
Houve um tempo em que me vestia de culpa…
E me sentia imperfeita,
Na perfeição de tudo de ti,
Nesse tempo, manipulavas-me a vontade,
Acertavas os meus ponteiros,
E fazias com que oscilasse no teu gosto e no teu desejo…
E eu,
Chorava feliz duma mágoa escolhida por ti.
Mas esse tempo morreu.
E quando pensavas…
que os meus gritos ainda eram os teus,
que os meus gemidos ainda eram de prazer,
o teu querer o meu querer…
e o meu caminho sem saída…
eu gritei bem forte,
sim.
Mas não de tesão por ti,
Não de orgasmos sucessivos…
Gritei de liberdade,
Sem fantoches, fantasmas ou tabus …
E passei a liderar a minha vida,
A comandar os meus sentidos,
E percebi que não eras humano,
Apenas uma personagem à procura duma alma algo errante…
Que te alimentasse a tua sede de poder,
E foi aí…
que te devolvi os pensamentos,
as esperas,
a fé,
a entrega,
e todos os meus sonhos de mentira…
te disse Adeus…
e segui o meu caminho!


LC

2 comments:

suruka said...

Agradeço-te a visita, ao mesmo tempo voltei e ainda bem.
Aqui tens mais um texto muito real
e que me tocou profundamente.

Parabens pela coragem e pela forma como escreves.
Nao deixes nunca de dar á vida novos gemidos.

Voltarei
bjs

A.S. said...

Este poema não deve ser um poema! Mas uma voz em branco, um grito escrito no pretérito mais que perfeito de tudo, a sua angústia a concordar com o tempo e o modo...
E os sinos reticentes como música de fundo!


Um terno BeijO...